A
oração
• Por que Deus
quer que nós oremos?
• Como podemos
orar de modo eficaz?
1. EXPLICAÇÃO E
BASE BÍBLICA
O
caráter de Deus e o seu relacionamento com o mundo, conforme discussão nos
capítulos anteriores, naturalmente conduzem à consideração da doutrina da
oração. A oração pode ser definida da seguinte maneira: A oração é nossa comunicação
pessoal com Deus.
Essa
definição é muito ampla. O que chamamos “oração”
inclui orações de pedidos por nós mesmos e por outros (às vezes chamadas orações de petição ou intercessão), confissão de
pecado, adoração, louvor e ação de graças.
A. Por que Deus
quer que oremos?
A
oração não foi instituída para que Deus pudesse descobrir nossas necessidades,
pois Jesus nos diz: “porque o [...] Pai sabe do que vocês precisam, antes mesmo
de o pedirem” (Mt 6.8). Deus quer que oremos porque a oração
expressa nossa confiança nele e é um meio pelo qual nossa confiança nele pode
aumentar. De fato, talvez a ênfase primária do ensino bíblico sobre a oração é
que devemos orar com fé, que significa confiança ou dependência de Deus. Deus,
como nosso Criador, se deleita no fato de que suas criaturas confiam nele, pois
a atitude de dependência é a forma mais apropriada para expressar o
relacionamento entre o Criador e a criatura.
As
primeiras palavras da oração que o Senhor nos ensinou, ”Pai nosso, que estás nos céus!” (Mt 6.9),
admitem nossa dependência de Deus como o Pai sábio e amoroso e também
reconhecem que, de seu trono celestial, ele governa todas as coisas. Muitas
vezes a Escritura enfatiza nossa necessidade de confiar em Deus quando oramos.
Por exemplo, Jesus compara nossa oração ao filho que pede a seu pai um peixe e
um ovo (Lc
11.9-12) e a seguir conclui: “Se vocês, apesar de serem maus, sabem dar boas coisas aos
seus filhos, quanto mais o Pai que está nos céus dará o Espírito Santo a quem o
pedir?” (Lc 11.13). Como os filhos olham para seus pais esperando a
providência deles, assim Deus espera que olhemos para ele em oração. Visto que
Deus é nosso Pai, devemos pedir a ele com fé. Jesus diz: “E tudo o que pedirem em oração, se crerem, vocês
receberão” (Mt 21.22; cf. Mc 11.24; Tg 1.6-8; 5.14,15).
Mas
Deus não quer somente que confiemos nele. Ele também quer que o amemos e
tenhamos comunhão com ele. Essa, então, é a segunda razão pela qual Deus quer
que oremos.
A
oração nos traz à comunhão mais profunda com Deus, e ele nos ama e tem prazer
em nossa comunhão com ele. Quando oramos verdadeiramente, nós como pessoas, na
totalidade de nosso caráter, estamos nos relacionando com Deus como uma pessoa,
na totalidade do seu caráter. Assim, tudo o que pensamos ou sentimos a respeito
de Deus é expresso em nossa oração. É natural que Deus tenha prazer em tal
atividade e dê tanta ênfase a ela e ao relacionamento conosco.
A
terceira razão pela qual Deus quer que oremos é que na oração Deus permite que
nós, como criaturas, fiquemos envolvidos em atividades que são eternamente
importantes. Quando oramos, o avanço do Reino se processa. Desse modo, a oração
nos dá oportunidade de nos envolvermos de modo significativo na obra do Reino
e, assim, dá expressão à nossa espantosa importância como criaturas feitas à
imagem de Deus.
A
quarta razão pela qual Deus quer que oremos é que na oração damos glória a
Deus. A oração em humilde dependência de Deus indica que estamos genuinamente
convencidos de sua sabedoria, amor, bondade e poder.
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B. A eficácia da oração
Como
exatamente a oração funciona? Além de nos fazer bem, será que a oração também
afeta Deus e o mundo?
1. A oração
muitas vezes muda o modo de Deus agir.
Tiago nos diz: “Não
têm, porque não pedem” (Tg 4.2). Ele sugere que a falha em pedir
priva-nos do que Deus, de outra forma, nos teria dado. Nós oramos e Deus
responde. Jesus também diz: “Peçam, e lhes será dado; busquem, e encontrarão; batam, e a
porta lhes será aberta” (Lc 11.9,10). Ele faz a conexão clara entre
procurar coisas de Deus e recebê-las. Quando pedimos, Deus responde.
Isso
acontece muitas vezes no AT. O Senhor declarou a Moisés que ele haveria de
destruir o povo de Israel por causa do seu pecado (Ex 32.9,10): “Moisés, porém, suplicou ao
SENHOR, o seu Deus clamando: ‘O SENHOR [...] Arrepende-te do fogo da tua ira!
Tem piedade, e não tragas este mal sobre o teu povo...”’ (Lx 32.11,12).
Então lemos: “E
sucedeu que o SENHOR arrependeu-se do mal que ameaçara trazer sobre o povo” (Êx
32.14). Moisés orou, e Deus respondeu. Quando Deus ameaça punir seu
povo por seus pecados, ele declara: “Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar e
orar, buscar a minha face e se afastar dos seus maus caminhos, dos céus o
ouvirei, perdoarei o seu pecado e curarei a sua terra” (2Cr 7.14).
Quando o povo de Deus orar (com humildade e arrependimento), então ele ouvirá
e os perdoará. As orações do povo de Deus claramente afetam o modo como ele
age. De modo semelhante, “se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para
perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça” (lJo 1.9). Nós
confessamos, e então Deus perdoa.
Se
estivermos realmente convencidos de que a oração muitas vezes muda o modo de
Deus agir e que Deus realmente produz notáveis mudanças no mundo em resposta à
oração (como a Escritura repetidamente nos diz que ele faz), deveremos orar muito
mais do que oramos. Se oramos pouco, é provavelmente porque não cremos
realmente que a oração realiza muita coisa.
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2. A oração
eficaz torna-se possível por nosso mediador, Jesus Cristo.
Porque
somos pecaminosos e Deus é santo, não temos qualquer direito de, por nós
próprios, entrar na presença de Deus. Precisamos de um mediador para estar
entre nós e Deus e para colocar-nos em sua presença. A Escritura claramente
ensina: “Pois
há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens: o homem Cristo Jesus” (lTm
2.5).
Mas
se Jesus é somente mediador entre Deus e o homem, Deus vai ouvir as orações dos
descrentes, os que não confiam em Jesus? A resposta depende do que entendemos
por “ouvir”. Visto que Deus é
onisciente, ele sempre ouve no sentido de que está consciente das orações
feitas pelos descrentes que não vêm a ele por meio de Cristo. Deus pode até, de
vez em quando, responder às orações deles por causa de sua misericórdia e no
desejo de trazê-los à salvação por meio de Cristo. Contudo, em lugar algum Deus prometeu responder
às orações dos descrentes. As únicas orações que ele prometeu “ouvir”, no
sentido de escutar com simpatia e de comprometer-se a responder quando elas são
feitas de acordo com a sua vontade, são as orações dos cristãos feitas por meio
do mediador, Jesus Cristo (cf.Jo 14.6).
Então,
o que dizer a respeito dos crentes do AT? Como poderiam eles vir a Deus por
meio de Jesus, o mediador? A resposta é que a obra de Jesus como nosso mediador
foi representada em sombras pelo sistema sacrificial e pelas ofertas feitas
pelos sacerdotes no templo (Hb 7.23-28; 8.1-6; 9.1-14 etc.). Contudo, não
havia nenhum mérito salvador no sistema de sacrifícios (Hb 10.1-4). Por meio do sistema
sacrificial, os crentes foram aceitos por Deus somente com base na obra futura
de Cristo representada em sombras por aquele sistema (Rm 3.23-26).
A
atividade de Jesus como mediador é vista especificamente em sua obra como
sacerdote: Ele é nosso “grande sumo sacerdote que adentrou os céus”, aquele que “passou por todo tipo de tentação, porém, sem
pecado” (Hb 4.14,15).
Como
beneficiários da nova aliança, não precisamos permanecer “fora do templo”, como todos os
crentes, exceto os sacerdotes, de quem se exigiu isso sob a antiga aliança. Nem
precisamos permanecer fora do “Santo dos Santos” (Hb 9.3), o lugar mais
interior do templo, onde o próprio Deus estava entronizado acima da arca da
aliança e onde somente o sumo sacerdote poderia entrar, apenas uma vez ao ano.
Mas agora, visto que Cristo morreu como o nosso Sumo Sacerdote mediador
(Hb 7.26,27),
ele ganhou para nós intrepidez e acesso à verdadeira presença de Deus. ”Portanto, irmãos,
temos plena confiança para entrar no Santo dos Santos pelo sangue de Jesus” (Hb
10.19), isto é, no Santo Lugar e no Santo dos Santos, a verdadeira
presença do próprio Deus! A obra de mediação de Cristo dá-nos confiança para
aproximar-nos de Deus em oração.
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3. O que
significa orar “em nome de Jesus”?
Jesus
diz: “E eu
farei o que vocês pedirem em meu nome, para que o Pai seja glorificado no
Filho. O que vocês pedirem em meu nome, eu farei” (Jo 14.13,14). Ele
também diz que escolheu seus discípulos “a fim de que o Pai lhes conceda o que pedirem em meu nome”
(Jo 15.16). De modo semelhante, ele diz: “Eu lhes asseguro que meu Pai lhes dará tudo o
que pedirem em meu nome [...] Peçam e receberão, para que a alegria de vocês
seja completa” (Jo 16.23,24; cf. Ef 5.20). Mas o que isso significa?
É
claro que isso não significa simplesmente a adição da cláusula ”em nome de Jesus”
após cada oração, porque Jesus não
disse: “Se
você pedir alguma coisa e acrescentar as palavras em nome de Jesus’, após a sua
oração, então eu farei”. Jesus não está falando meramente a respeito de
adicionar certas palavras como se elas fossem uma espécie de fórmula mágica que
daria poder às nossas orações. De fato, nenhuma das orações
registradas na Escritura tem a frase “em
nome de Jesus” no final delas (v. Mt 6.9-13; At 1.24,25; 4.24-30; 7.59; 9.13,14; 10. 14 ;Ap
6.10; 22.20).
Vir em nome de
alguém significa que outra pessoa nos autorizou a vir com a sua autoridade, não
com a nossa.
Quando Pedro ordena ao homem coxo: “Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, ande” (At 3.6), ele
está apelando para a autoridade de Jesus, não para a própria autoridade. Quando
os membros do Sinédrio perguntaram aos discípulos: “Com que poder ou em nome de quem vocês
fizeram isso?” (At 4.7), eles estavam perguntando: “Com a autoridade de quem vocês fizeram
isso?”. Quando Paulo repreende um espírito imundo “em nome de Jesus Cristo” (At 16.18),
ele torna claro que está fazendo isso
com a autoridade de Jesus, não com a sua. Quando Paulo pronuncia juízo “em nome de nosso Senhor Jesus” (1 Co 5.4) sobre um
membro da igreja que é culpado de imoralidade, está agindo com a autoridade do
Senhor Jesus. Orar em nome de Jesus é, portanto, oração feita com
autorização dele com base em sua obra mediadora por nós.
Em
sentido mais amplo, o “nome” de uma pessoa no mundo antigo representava a própria
pessoa e, portanto, tudo de seu caráter. Ter um “bom nome” (Pv 22.1, RA; Ec 7.1) era
possuir boa reputação.
Assim, o nome de Jesus representa tudo o
que ele é, seu caráter total. Isso significa que orar “em nome de Jesus” não é
somente orar com a sua autoridade, mas também orar de modo que seja condizente
com o seu caráter, que verdadeiramente o represente e reflita sua maneira de
viver e sua própria vontade santa. Orar em nome de Jesus também significa orar
de acordo com o seu caráter. Nesse sentido, orar em nome de Jesus se aproxima
da idéia de orar de acordo com a sua ”vontade” (lJo
5.14,15).
Isso significa
que é errado acrescentar “em nome de Jesus” no final de nossas orações?
Certamente
não é errado, contanto que entendamos o significado dessas palavras e que não é
necessário pronunciá-las. Pode haver algum perigo, contudo, se acrescentamos
essa frase a cada oração pública ou particular que fazemos, pois logo ela se
tornará para as pessoas simplesmente a fórmula à qual atribuímos muito pouco
significado se a pronunciamos sem pensar seriamente sobre ela. Ela pode ser
vista, ao menos por crentes mais jovens, como uma espécie de fórmula mágica que
torna a oração mais eficaz. Para evitar tal entendimento errôneo, provavelmente
seria sábio decidir não usar essa fórmula muitas vezes e expressar o mesmo
pensamento em outras palavras ou simplesmente na abordagem e atitude que temos
para com a oração em geral.
Por exemplo, as orações poderiam começar
assim: “Pai, vimos diante de ti na autoridade do Senhor Jesus, teu Filho” ou
“Pai, não vimos com méritos próprios, mas nos méritos de Jesus Cristo, que nos
convidou a comparecer diante de ti...”, ou “Pai, te agradecemos por perdoares
os nossos pecados e dares acesso ao teu trono pela obra de Jesus Cristo, teu
Filho...”. Em outras ocasiões mesmo esses reconhecimentos formais não devem
ser considerados necessários, à medida que nosso coração perceba continuamente
que é nosso Salvador que nos capacita a orar ao Pai. A oração genuína é
conversa com a pessoa a quem conhecemos bem e que nos conhece. Tal conversa
genuína entre pessoas que se conhecem mutuamente nunca depende do uso de certas
fórmulas ou palavras exigidas, mas é questão de sinceridade em nossa linguagem
e em nosso coração, uma questão de atitudes corretas e de condição de nosso
espírito.
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4. Devemos orar a
Jesus e ao Espírito Santo?
Um
levantamento das orações do NT indica que elas não são usualmente dirigidas a
Deus Filho nem ao Espírito, mas a Deus Pai. Todavia, a mera verificação de tais
orações pode ser ilusória, pois a maioria das orações que temos registradas no
NT é do próprio Jesus, que constantemente orou a Deus Pai, mas naturalmente não
orou a si próprio como Deus Filho. Além disso, no AT, a natureza trinitária de
Deus não foi revelada claramente, e não é de surpreender que não encontremos
muita evidência de oração dirigida diretamente a Deus Filho ou a Deus Espírito
antes do tempo de Cristo.
Embora
haja um padrão claro de oração diretamente dirigida a Deus Pai por intermédio
do Filho (Mt
6.9; Jo 16.23; Ef 5.20), há outras indicações de que a oração
dirigida diretamente a Jesus Cristo também é apropriada. O fato de que foi o
próprio Jesus que escolheu todos os outros apóstolos sugere que a oração em Atos 1.24
seja dirigida a ele: “Senhor, tu conheces o coração de todos. Mostra-nos qual
destes dois tens escolhido”. O agonizante Estevão ora: “Senhor Jesus,
recebe o meu espírito” (At 7.59). A conversa entre Ananias e “o Senhor” em Atos
9.10-16 é com Jesus, porque no versículo 17 Ananias diz a Saulo: “o Senhor Jesus
enviou-me para que você volte a ver...’. A oração “Vem, Senhor” [Maranatha]
(lCo 16.22) é dirigida a Jesus, como a oração registrada em Apocalipse 22.20:
“Vem, Senhor Jesus!”. E Paulo também orou ao “Senhor” em 2Coríntios 12.8 a respeito do seu
espinho na carne.’
Além
disso, o fato de que Jesus é “sumo sacerdote misericordioso e fiel” (Hb 2.17)
que é capaz de “compadecer-se
das nossas fraquezas” (Hb 4.15) é encorajamento para virmos
ousadamente perante o “trono da graça” em oração “a fim de recebermos misericórdia e
encontrarmos graça que nos ajude no momento da necessidade” (Hb 4.16).
Esses versículos devem incentivar-nos a vir diretamente a Jesus em oração,
esperando que ele simpatize com as nossas fraquezas à medida que oramos.
Há,
portanto, autorização escriturística suficiente para encorajar-nos a orar não
somente a Deus Pai (que parece ser o
padrão primário e certamente segue o exemplo que Jesus nos ensinou na oração do
Senhor), mas também a orar diretamente a Deus Filho, nosso Senhor Jesus
Cristo. Ambos os caminhos estão corretos, e, assim, podemos orar tanto ao Pai
quanto ao Filho.
Mas devemos orar
ao Espírito Santo?
Embora nenhuma oração diretamente dirigida ao Espírito Santo tenha sido
registrada no NT, não há nada que proíba tal oração, porque o Espírito Santo,
semelhantemente ao Pai e ao Filho, é plenamente Deus e, portanto, é digno de
oração e poderoso para responder a nossas orações. Ele também se relaciona
conosco de modo pessoal, já que é o “Conselheiro” ou “Consolador” (Jo 14.16,26). Os
crentes “o
conhecem” [‘O nome “Senhor”
(kyrios, no grego) é usado em Atos e nas cartas para referir-se especialmente
ao Senhor Jesus Cristo.] (Jo 14.17), e ele os ensina (cf. Jo 14.26), dá testemunho a nós
de que somos filhos de Deus (Rm 8.16) e pode ser entristecido pelos nossos
pecados (Ef
4.30).Além disso,o Espírito Santo exerce volição pessoal na
distribuição dos dons espirituais, pois “todas essas coisas [os dons], porém, são realizadas pelo
mesmo e único Espírito, e ele as distribui individualmente, a cada um, como
quer” (lCo 12.11). Portanto, não parece errado orar diretamente ao
Espírito Santo em certas ocasiões, particularmente quando estamos lhe pedindo
para fazer algo relacionado a áreas especiais de seu ministério e
responsabilidade. Mas esse não é o padrão do NT e não deveria tornar-se a
ênfase dominante em nossa vida de oração.
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C. Algumas considerações importantes sobre
a oração eficaz
A
Escritura indica uma gama de considerações que precisam ser levadas em conta se
vamos oferecer a espécie de oração que Deus deseja de nós.
1. Orar de acordo
com a vontade de Deus.
João
nos diz: “Esta é a confiança que temos
ao nos aproximarmos de Deus: se pedirmos alguma coisa de acordo com a vontade
de Deus, ele nos ouvirá. E se sabemos que ele nos ouve em tudo o que pedimos,
sabemos que temos o que dele pedimos” (lJo 5.14,15). Jesus nos ensina a
orar: “seja
feita a tua vontade” (Mt 6.10), e ele próprio nos deu o exemplo,
quando no jardim do Getsêmani orou: ”... não seja como eu quero, mas sim como tu queres” (Mt
26.39).
Mas como sabemos
qual é a vontade de Deus quando oramos? Se o assunto sobre o qual estamos orando tem o
respaldo de uma passagem da Escritura na qual Deus nos dá uma ordem ou uma
declaração direta da sua vontade, então a resposta a essa pergunta é fácil: sua
vontade é que sua Palavra seja obedecida e que seus mandamentos sejam
observados. Devemos buscar a perfeita obediência à vontade moral de Deus na
terra, de modo que a vontade de Deus possa ser feita “assim na terra como no céu” (Mt 6.10). Por essa razão, o conhecimento da Escritura é tremenda ajuda
na oração, capacitando-nos a seguir o padrão dos primeiros cristãos, que
citavam a Escritura enquanto oravam (v.At 4.25,26).
A leitura e a memorização regular da Escritura durante anos vão aumentar a
profundidade, o poder e a sabedoria das orações do cristão. Jesus nos encoraja
a ter suas palavras dentro de nós enquanto oramos, pois ele diz: “Se vocês
permanecerem em mim,e as minhas palavras permanecerem em vocês, pedirão o que
quiserem, e lhes será concedido” (Jo 15.7). ‘Com respeito à adoração
do Espírito Santo, a totalidade da igreja — católicos romanos, ortodoxos e
protestantes — tem unanimemente concordado que ela é apropriada, como afirmado
no Credo niceno, elaborado em 381 d.C.: ”E
cremos no Espírito Santo, Senhor, Doador da Vida, que procede do Pai e do
Filho,o qual com o Pai e o Filho juntamente é adorado e glorificado”. De
modo semelhante, a Confissão de fé de Westminster diz: “O culto religioso deve ser prestado a Deus Pai, o Filho e o Espírito
Santo — e só a ele; não deve ser prestado nem aos anjos, nem aos santos, nem a
qualquer outra criatura” (XXI.2). Muitos hinos em uso há séculos dão Louvor
ao Espírito Santo, tais como o Gloria Patri (“Glória ao Pai, ao Filho e ao
Espírito, como era no princípio, agora e para sempre, por todos os séculos. Amém!”)
ou como a doxologia (“A Deus, supremo benfeitor, anjos e homens dêem Louvor; a Deus, o
Filho, a Deus Pai, e a Deus, Espírito, glória dai. Amém”). Essa prática
é baseada na convicção de que Deus é digno de adoração, e como o Espírito Santo
é plenamente Deus, ele é digno de adoração. Tais palavras de louvor são uma
espécie de oração ao Espírito Santo, e, se elas são apropriadas, parece não
haver razão para pensar que outras espécies de oração ao Espírito Santo não
sejam apropriadas.
Devemos
ter grande confiança em que Deus vai responder a nossas orações quando lhe
pedirmos algo que está de acordo com alguma promessa específica ou mandamento
da Escritura como esse. Em tais casos, sabemos qual é a vontade de Deus, porque
ele a disse para nós, e simplesmente precisamos orar crendo que ele haverá de
responder.
Contudo,
há muitas outras situações na vida em que não sabemos qual é a vontade de Deus.
Podemos não ter certeza de qual ela seja porque nessas situações não se aplica
nenhuma promessa ou mandamento da Escritura, como, por exemplo, se é a vontade de Deus que
aceitemos o emprego para o qual nos candidatamos, ou se vamos ganhar uma
competição esportiva da qual participaremos (uma oração comum entre crianças,
especialmente), ou se seremos escolhidos para exercer algum cargo na igreja, e
assim por diante. Em todos esses casos, tendo maior entendimento da
Escritura, talvez alcancemos alguns princípios gerais dentro dos quais nossas
orações possam ser feitas. Mas, de qualquer forma, muitas vezes temos de
admitir que simplesmente não conhecemos qual é a vontade de Deus. Em tais
casos, devemos procurar por entendimento mais profundo e, assim, orar pelo que
parece melhor para nós, dando as razões ao Senhor pelas quais, em nosso
entendimento da situação, estamos orando dessa maneira. Mas é sempre correto
acrescentar, seja explicitamente seja ao menos na atitude de nosso coração: “No entanto, se eu
estiver errado em pedir tal coisa, e se tal coisa não é agradável a ti, então
faze como parece melhor aos teus olhos”, ou, de modo mais simples, “se é a tua
vontade”. Algumas vezes Deus lhe dará o que você pediu. Outras vezes ele nos
dará entendimento mais profundo ou uma mudança em nosso coração de modo que
sejamos levados a pedir algo diferente. Em outras ocasiões ele não atenderá ao
nosso pedido de forma alguma, mas simplesmente nos indicará que devemos
submeter-nos à sua vontade (v. 2Co 12.9,10).
Alguns
cristãos contrapõem que acrescentar a frase “se é a tua vontade” a nossas
orações “destrói
a nossa fé”. O que realmente acontece é que expressamos incerteza
sobre se a oração que fazemos é ou não a vontade de Deus. Essa incerteza é
adequada quando realmente não sabemos qual é a vontade de Deus, mas em outras
ocasiões ela não é apropriada. Por exemplo, pedir a Deus por sabedoria para
tomar uma decisão e a seguir dizer “se é
a tua vontade me dar sabedoria aqui não é apropriado, pois seria declarar que
não cremos que Deus quis dizer o que disse quando nos ordenou que pedíssemos
com fé e ele atenderia o nosso pedido (“Se algum de vocês tem falta de sabedoria, peça-a a Deus,
que a todos dá livremente, de boa vontade; e lhe será concedida”—Tg 1.5).
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2. Ore com fé.
Jesus
diz: “Tudo o
que vocês pedirem em oração, creiam que já o receberam, e assim lhes sucederá”
(Mc 11.24). Algumas tradições variam, mas o texto grego realmente
diz: “creiam
que já o receberam”. Jesus está certamente dizendo que, quando
pedimos alguma coisa, a espécie de fé que produz resultados é a certeza
estabelecida de que, na hora em que oramos pedindo algo (ou talvez após termos
orado por um período de tempo), Deus concordou em atender ao nosso pedido
específico. Na comunhão pessoal com Deus que acontece na oração genuína, essa
espécie de fé de nossa parte poderia vir somente à medida que Deus nos dá o
senso de certeza de que ele concordou com o nosso pedido. Naturalmente não podemos “estimular” esse tipo
de fé genuína por meio de qualquer espécie de oração frenética ou de grande
esforço emocional para conseguir crer, nem podemos forçar a nós mesmos dizendo
palavras que não cremos ser verdadeiras. Isso é algo que somente
Deus tem poder para nos dar e que ele pode ou não nos conceder cada vez que
oramos. Essa fé que causa certeza muitas vezes acontecerá quando pedirmos a
Deus por algo e, então, esperarmos pacientemente pela resposta.
De
fato, Hebreus
11.1 nos diz que “a fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas
que não vemos”. A fé sobre a qual a Bíblia fala nunca é uma espécie de
pensamento positivo ou uma esperança vaga que não causa nenhum tipo de
fundamento seguro sobre o qual possamos repousar. Ao contrário, ela é confiança
em uma pessoa, o próprio Deus, baseada no fato de que tomamos sua palavra e
confiamos no que ele disse. Essa confiança em Deus ou dependência dele, que
possui também elemento de certeza, é a fé genuína sobre a qual a Bíblia ensina.
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3. Obediência.
Desde
que a oração ocorre dentro de nosso relacionamento com Deus como pessoa,
qualquer coisa em nossa vida que o desagrade será impedimento à oração. O
salmista diz: “Se
eu acalentasse o pecado no coração, o Senhor não me ouviria” (Sl 66.18).
Embora o Senhor, por um lado, deteste “o
sacrifício dos Ímpios”, por outro lado “a oração do justo o agrada” (Pv 15.8). Lemos
novamente que “o
SENHOR [...] ouve a oração dos justos” (Pv 15.29). Mas Deus não está
disposto a favorecer os que rejeitam as suas leis: “Se alguém se recusa a ouvir a lei, até suas
orações serão detestáveis” (Pv 28.9).
O
apóstolo Pedro cita o salmo 34 para afirmar que “... os olhos do Senhor estão sobre os justos
e os seus ouvidos estão atentos à sua oração, mas o rosto do Senhor volta-se
contra os que praticam o mal” (1 Pe 3.12). Visto que os versículos
anteriores encorajam a boa conduta na vida diária, no falar e no afastar-se do
mal para fazer o que é reto, Pedro está dizendo que Deus ouve prontamente as
orações dos que vivem em obediência a ele. De modo semelhante, Pedro adverte os
maridos a viver a vida comum no lar com suas esposas “de forma que não sejam interrompidas a suas
orações” (lPe 3.7). De igual modo, João nos lembra da necessidade de
ter a consciência limpa diante de Deus quando oramos, pois ele diz: “Amados, se o
nosso coração não nos condenar, temos confiança diante de Deus e recebemos dele
tudo o que pedimos, porque obedecemos aos seus mandamentos e fazemos o que lhe
agrada” (lJo 3.21,22).
Ora, esse ensino não deve ser entendido de modo errôneo. Não
precisamos ser completamente livres do pecado diante de Deus para ter as nossas
orações respondidas. Se Deus somente respondesse às nossas orações como pessoas
sem pecado, então ninguém em toda a Bíblia, exceto Jesus, teria tido qualquer
oração respondida. Quando chegamos diante de Deus por meio de sua graça, nos
apresentamos limpos pelo sangue de Cristo (Rm
3.25; 5.9; Ef 2.13; Hb 9.14; lPe 1.2). Todavia, não devemos negligenciar a ênfase bíblica sobre a
santidade pessoal. A oração e a vida santa andam juntas. Há muita expressão de
graça na vida cristã, mas o crescimento na santidade pessoal é também o caminho
para a bênção muito maior, e isso é verdade também com respeito à oração. As
passagens citadas ensinam que, no mais não havendo diferenças, a obediência
mais exata conduzirá à eficácia ainda maior na oração (cf. Hb 12.14; Tg 4.3,4).
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4.
Confissão de pecados.
Porque
a nossa obediência a Deus nunca é perfeita nesta vida, continuamente dependemos
do perdão de nossos pecados. A confissão de pecados é necessária a fim de que Deus
nos perdoe no sentido de restaurar diariamente o seu relacionamento conosco (v. Mt 6.12; lJo 1
.9).Quando oramos, é bom confessarmos todos os pecados conhecidos ao
Senhor e pedir-lhe perdão. Quando esperamos nele, por vezes ele vai trazer à
nossa mente outros pecados que precisam ser confessados. Com respeito aos
pecados dos quais não nos lembramos e dos quais não estamos conscientes, é
apropriado fazer a oração geral de Davi: “Absolve-me dos [erros] que desconheço” (Si 19.12).
Confessar
nossos pecados a outros cristãos em quem confiamos pode trazer-nos certeza de
perdão e encorajamento para vencer o pecado. Tiago relaciona a confissão mútua
à oração, pois na passagem que discute a oração eficaz, ele nos encoraja: “... confessem os
seus pecados uns aos outros e orem uns pelos outros para serem curados. A
oração de um justo é poderosa e eficaz” (Tg 5.16).
5.
Perdoando outros.
Jesus diz: “Pois se perdoarem as ofensas uns dos outros,
o Pai celestial também lhes perdoará. Mas se não perdoarem uns aos outros, o
Pai celestial não lhes perdoará as ofensas” (Mt 6.14,15). De modo
semelhante, Jesus diz: “E quando estiverem orando, se tiverem alguma coisa contra
alguém, perdoem-no, para que também o Pai celestial lhes perdoe os seus pecados”
(Mc 11.25). Nosso Senhor não tem em mente a experiência inicial de
perdão quando somos justificados pela fé, pois isso não diz respeito às orações
que fazemos cada dia (Mt 6.12,14,15). Ele está se referindo antes ao
relacionamento diário com Deus que precisa ser restaurado quando pecamos contra
ele e o desagradamos.
Visto
que a oração supõe o relacionamento com Deus como pessoa, isso não é
surpreendente. Se pecamos contra ele e entristecemos o Espírito Santo (cf. Ef 4.30),
e o pecado não foi perdoado, ele interrompe nosso relacionamento com Deus (cf. Is 59.1,2).Até
que o pecado seja perdoado e o relacionamento seja restaurado, a oração
naturalmente será difícil. Além disso, se não temos perdão em nosso coração em
relação a alguém, não estamos agindo de modo agradável a Deus ou útil a nós.
Assim, Deus declara (Mt 6.12,14,15) que ele se distanciará de nós até
que tenhamos perdoado os outros.
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6. Humildade.
Tiago
nos diz que “Deus
se opõe aos orgulhosos, mas concede graça aos humildes” (Tg 4.6; tb. 1 Pe 5.5).
Entretanto, ele diz: “Humilhem-se diante do Senhor, e ele os exaltará” (Tg 4. l0).A
humildade é, assim, a atitude certa que se deve ter na oração a Deus, ao passo
que o orgulho é totalmente impróprio.
A
parábola de Jesus a respeito do fariseu e do publicano ilustra esse princípio.
Quando o fariseu levantou-se para orar, foi jactancioso: “Deus, eu te agradeço porque não sou como os
outros homens: ladrões, corruptos, adúlteros; nem mesmo como este publicano. Jejuo
duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho” (Lc 18.11,12).
O publicano, ao contrário, “nem ousava olhar para o céu, mas batendo no peito, dizia:
‘Deus, tem misericórdia de mim, que sou pecador”’ (Lc 18.13). Jesus
disse que o publicano “foi para casa justificado diante de Deus”, mas
não o fariseu,”pois
quem se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado” (Lc 18.14).
Por meio dessas palavras Jesus condenou os que, ”para disfarçar, fazem longas orações” (Lc
20.47), e os hipócritas que “gostam de ficar orando em pé nas sinagogas e nas esquinas,
a fim de serem vistos pelos outros” (Mt 6.5).
Deus
é certamente zeloso de sua própria honra. Portanto, ele não se agrada em
responder a orações de orgulhosos que tomam a honra para si mesmos em vez de
dá-la a Deus.A verdadeira humildade perante Deus, que também será refletida em
humildade genuína perante os outros, é necessária para a oração eficaz.
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7. O que dizer a
respeito das orações não respondidas?
Devemos
começar reconhecendo que, ainda que Deus seja Deus e nós sejamos suas
criaturas, deve haver orações que não são respondidas. Isso é porque Deus não
nos revela seus planos sábios para o futuro e, embora as pessoas orem, muitos
eventos não acontecerão até o tempo que Deus tenha decretado. Os judeus oraram
durante séculos pedindo que o Messias viesse, e fizeram bem, mas foi somente “quando chegou a
plenitude do tempo que “Deus enviou seu Filho” (Gl 4.4).A alma dos
mártires no céu, livres do pecado, clamam para que Deus julgue a terra (Ap 6.10), mas Deus não lhes responde imediatamente;
ao contrário, ele lhes diz que esperem “um pouco mais” (Ap 6.11). Fica claro que pode
haver longos períodos de espera durante os quais as orações permanecem sem
resposta porque as pessoas que oram não conhecem o tempo próprio de Deus.
A
oração também poderá não ser respondida porque nem sempre sabemos orar como
convém (Rm
8.26), nem sempre oramos de acordo com a vontade de Deus (Tg 4.3)
e nem sempre pedimos com fé (Tg 1.6-8). E às vezes pensamos que uma solução é
melhor, mas Deus tem um plano melhor, ainda que seja para cumprir o seu
propósito por meio do sofrimento e das adversidades. Sem dúvida José orou seriamente para ser
resgatado do poço e não ser levado para o cativeiro no Egito (Gn 37.23-36), mas muitos anos mais tarde ele descobriu como em todos esses
eventos Deus tomou o mal planejado e “o tornou
em bem” (Gn 50.20).
Quando
enfrentamos o problema das orações não respondidas, temos a companhia de Jesus,
que orou: “Pai,
se queres, afasta de mim este cálice; contudo, não seja feita a minha vontade,
mas a tua” (Lc 22.42). Temos também a companhia de Paulo, que pediu
ao Senhor “três
vezes” para que o seu espinho na carne fosse removido, mas isso não
aconteceu; ao contrário, o Senhor lhe disse: “Minha graça é suficiente para você, pois o
meu poder se aperfeiçoa na fraqueza” (2Co 12.8,9). Quando a oração
permanece sem resposta, devemos continuar a confiar em que “Deus age em todas as coisas para o bem” (Rm
8.28) e a lançar nossas preocupações sobre ele, sabendo que ele
continuamente cuida de nós (lPe 5.7). Devemos manter na memória que ele dará
força suficiente para cada dia (Dt 33.25) e que ele prometeu: “Nunca o deixarei, nunca o abandonarei” (Hb
13.5; cf. Rm 8.35-39).
Devemos
também continuar a orar. As vezes a resposta longamente esperada pode ser dada
de modo repentino, como aconteceu com Ana após muitos anos esperando um filho (lSm 1.19,20),
ou quando Simeão viu com os próprios olhos o tão esperado Messias vindo ao
templo (Lc
2.25-35).
Mas
há situações em que as orações permanecem sem resposta pela vida toda. Há casos
em que Deus responderá às orações após a morte do crente. Em outros não, mas,
mesmo assim, a fé expressa pelo crente nessas orações e suas expressões
sentidas de amor por Deus e pelas pessoas ainda vão subir como um cheiro
agradável diante do trono de Deus (Ap 5.8; 8.3,4), resultando em “louvor, glória e
honra, quando Jesus Cristo for revelado” (1 Pe 1.7).
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D. Louvor e ação
de graças.
Louvor
e ação de graças a Deus são o elemento essencial da oração. A oração-modelo que
Jesus nos deixou começa com louvor: “Santificado seja o teu nome” (Mt 6.9). Paulo diz
aos filipenses: “Não
andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com
ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus” (Fp 4.6), e aos
colossenses: “Dediquem-se
à oração, estejam alerta e sejam agradecidos” (Cl 4.2).A ação de
graças, exatamente como em outro aspecto da oração, não deveria ser a expressão
mecânica “muito obrigado” de nossa
boca para com Deus, mas a expressão de palavras que refletem a gratidão de
nosso coração. Além disso, nunca devemos pensar que agradecer a Deus pela
resposta de alguma coisa que pedimos possa de alguma forma forçar Deus a nos
dar o que pedimos, pois isso transforma o pedido sincero e genuíno em exigência
que presume que podemos fazer Deus executar o que queremos que ele nos faça.
Tal espírito em nossas orações realmente nega a natureza essencial da oração
como manifestação de nossa dependência de Deus.
Ao
contrário, a espécie de ação de graças que acompanha a oração de modo
apropriado deve expressar gratidão a Deus em todas as circunstâncias, por cada
evento da vida que ele permite que nos aconteça. Quando nossa oração é cheia de
humildade, a simples ação de graças a Deus “em todas as circunstâncias” (lTs 5.18), então
essa oração é aceitável a Deus.
II.
TÓPICOS PARA RECAPITULAÇÃO
1. Dê três razões pelas quais Deus quer
que oremos.
2. De que modo Jesus torna as nossas
orações eficazes?
3. O que significa orar “de acordo com a
vontade de Deus”?
4. Qual é o papel de nossa obediência nas
respostas às orações?
5. Dê três razões pelas quais nossas
orações podem ficar sem resposta.
III. PERGUNTAS PARA APLICAÇÃO PESSOAL
1. Você enfrenta muitas vezes dificuldade
com a oração? Nesse sentido, o que foi útil para você neste capítulo?
2. Quando você experimentou os momentos de
oração mais eficazes em sua vida? Que fatores contribuíram para tornar esses
momentos mais eficazes?
3. Como orar junto com outros cristãos
ajuda e encoraja você (se isso realmente acontece)?
4. Você já tentou alguma vez esperar
silenciosamente perante o Senhor após fazer um pedido muito honesto? Se isso
aconteceu, qual foi o resultado?
5. Você tem um tempo regular diário para
leitura particular da Bíblia e para a oração? Você se distrai às vezes e
volta-se para outras atividades? Quando isso acontece, como as distrações podem
ser vencidas?
IV. PASSAGEM BÍBLICA PARA MEMORIZAR
HEBREUS 4.14-16
Portanto, visto que temos um grande sumo sacerdote que adentrou os
céus, Jesus, o Filho de Deus, apeguemo-nos com toda a firmeza à fé que
professamos, pois não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das
nossas fraquezas, mas sim alguém que, como nós, passou por todo tipo de
tentação, porém, sem pecado. Assim, aproximemo-nos do trono da graça com toda a
confiança, a fim de recebermos misericórdia e encontrarmos graça que nos ajude
no momento da necessidade.
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